Desmatamento, queimadas e mudanças climáticas explicam regime hidrológico intensificado dos rios amazônicos
Rio de Janeiro, 13 jul (Xinhua) -- A deforestação 🍎 e os incêndios florestais, aliados às mudanças climáticas, são algumas das causas da mudança no regime hidrológico dos rios amazônicos, 🍎 que se tornou mais intenso nos últimos anos, causando enchentes mais severas e secas bet7k instagram intervalos mais curtos, explicaram sexta-feira 🍎 especialistas na 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Seca histórica de 2024 causou maior queda 🍎 no nível dos rios já registrada
No evento, realizado bet7k instagram Belém (capital regional do Pará, norte do Brasil), os palestrantes deram 🍎 como exemplo a seca histórica de 2024, que causou a maior queda no nível dos rios já registrada na região. 🍎 No rio Negro, o nível das águas do porto de Manaus atingiu 14,75 metros, o menor nível já registrado desde 🍎 o início da série histórica, bet7k instagram 1902.
Aumento na amplitude das cheias e vazantes na Amazônia
Para Jochen Shöngart, pesquisador do Instituto 🍎 Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), apenas nas duas primeiras décadas do século 21 foram registradas nove enchentes graves, mesmo 🍎 número registrado bet7k instagram todo o século passado.
Shöngart também observou que o aumento da amplitude das cheias e vazantes na Amazônia 🍎 apresentou uma variação de 1,6 metro. Isto significa que os rios secam mais cedo do que o esperado ou vice-versa.
Repercussões 🍎 nas áreas florestais alagadas e nas populações ribeirinhas
Essa mudança afeta especialmente as áreas florestais alagadas, com repercussões importantes nas atividades 🍎 econômicas e nas populações ribeirinhas da Amazônia, que dependem desses recursos para bet7k instagram sobrevivência.
"O curso das cheias, que tem a 🍎 bet7k instagram previsibilidade e regularidade, é o principal determinante dos processos geomorfológicos, dos ciclos biogeoquímicos, do crescimento da biota que se 🍎 adaptou a este regime, mas também controla as interações biológicas nas áreas inundadas, e até mesmo as atividades econômicas das 🍎 populações ribeirinhas, como a agricultura e a pesca", explicou o pesquisador.
Aumento do regime de secas e inundações severas nos últimos 🍎 anos
Ayan Fleischmann, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, destacou que esse aumento do regime de secas e inundações severas 🍎 tem impactado as áreas de várzea. Nos últimos anos, bet7k instagram 23% das áreas propensas a inundações do Baixo Amazonas, a 🍎 duração do período de inundação aumentou mais de 50 dias por ano.
Secas extremas causam morte de golfinhos e peixes
As secas 🍎 também foram muito extremas. Durante a seca de 2024, o Lago Tefé, no Médio Solimões, no Amazonas, secou 75%, caindo 🍎 quase 30 cm por dia. Outros lagos da região secaram 90%.
A seca extrema na Amazônia causou a morte de 209 🍎 botos nos lagos Tefé e Coaraci, devido à alta temperatura dos lagos. No dia 28 de setembro, 70 golfinhos morreram 🍎 quando a temperatura da água atingiu 39,1°C.
Medidas para mitigar o sofrimento das populações da região
Fleischmann enfatizou que, diante desse cenário, 🍎 é preciso investir bet7k instagram ações para mitigar o sofrimento das populações da região. Em 2024, a seca isolou milhares de 🍎 pessoas, que tiveram dificuldade de acesso a alimentos, medicamentos e, sobretudo, água potável.
"Esse é o paradoxo da Amazônia, tem muita 🍎 água e muita gente com sede", resumiu. "Precisamos criar urgentemente programas de acesso à água na Amazônia. Não é por 🍎 estar na maior bacia hidrográfica do mundo, que a água é acessível para consumo humano", alertou.